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O Brigadeiro Andrade Neves

 O Barão do Triunfo

                                                 

 

JOSÉ JOAQUIM DE ANDRADE NEVES , Barão do Triunfo , nasceu em RIO PARDO, um dos principais centros de então Pronvincia de SÃO PEDRO DO RIO GRANDE DO SUL. Em 22 de janeiro de 1807, sendo o terceiro filho, dos sete havidos no primeiro matrimónio de seu pai, que alcançaria um total de quatorze, se somados aos outros sete do segundo casamento, ocorrido após a morte da sua mãe.
ANDRADE NEVES sentou praça, como 1º cadete do 5º Regimento de Linha, em RIO PRADO, em 20 de Novembro de 1826, Já possuindo regular instrução.
Pouco depois de um ano mais tarde, teve de deixa o Exército ativo para auxiliar seu pai nos encargos da família.
Em 1835, com a eclosão da Revolução Farroupilha,a capital gaúcha foi tomada pelos farrapos, iniciando-se um decénio de lutas tremendas.
ANDRADE NEVES, de pronto, colocou-se ao lado dos legalistas do Império que, sobo comando do Coronel BENTO MANOEL RIBEIRO, organizaram a reação contra os farrapos.
Iniciava-se uma das mais belas biografias de soldado e cidadão brasileiro.
Entregando-se de corpo e alma á defesa da causa do Império, ANDRADE NEVES não teve mais um momento de descanso, durante os dez anos de luta.
Por divergências com o Presidente da Província, Brigadeiro ANTERO DE BRITO, o comandante das forças legais, BENTO MANOEL, bandeava-se para o lado dos farrapos, fato este não seguido por ANDRADE NEVES, que se manteve fiel ao Império, apesar dos insistentes convites recebidos.
No combate de RIO PRADO, a maior batalha da Revolução Farroupilha ocorrida em 30 de abril de 1838, ANDRADE NEVES, á época, no posto de major, fez prodígios de heroísmo, embora as forças imperiais tivessem sofrido um grande revés.
Em dezembro de 1839, aos 32 anos de idade, o governo imperial elevava-o ao posto de Tenente-Coronel da Guarda Nacional, pelas inequívocas provas de sua capacidade, bravura e honradez.
Já sob o comando do Duque de Caxias, em 1843, quando a Revolução Farroupilha entrava em declínio, ANDRADE NEVES continuava a dar demonstração sobejas de seu tino de guerra e estrategista.
Em 01 de março de 1845, a paz retornava ao RIO GRANDE DO SUL. Os heróicos farrapos depunham suas armas, reintegrando-se na comunhão nacional de ANDRADE NEVES podia voltar tranquilo para casa.
A causa que defendera por quase dez anos, afinal, estava vitoriosa. E ele, que nela ingressara como simples combatente, neófito no campo de batalha , dela saia como guerreiro consumado, conhecendo todas as manobras de esquadrão e de regimento, no duro aprendizado das cargas de verdade.
Outras vezes a Pátria precisaria do seu trabalho e lá estava o agora Coronel ANDRADE NEVES, posto que atingiu em junho de 1847, pronto para servir ao seu pais.
Foi assim na campanha de 1851-52 contra ORIBE, no URUGUAI, e ROSAS, na ARGENTINA.
Em 12 de abril de 1858, o governo imperial, em atenção aos grandes serviços prestados pelo ousado cavalariano, confere-lhe as horas de Brigadeiro Honorário do Exército, sendo, em seguida, nomeado Comandante Superior da Guarda Nacional de sua terra.
Na campanha do URUGUAI, em 1864, já no comando de bribgada de Cavalaria, o velho cabo-de-guerra, mais uma vez, se colocava a serviço da sua Pátria, agora, sob o comando divisionário de OSORIO, que mais tarde assumiria o comando do Exército.
Nem bem havia acabado a campanha de URUGUAI e iniciava-se a Guerra do PARAGUAI, para onde, o quase sexagenário ANDRADE NEVES já partia, no comando da 5º Divisão de Cavalaria.
Pouco tempo depois, já em terras guaranis, co sua saúde abalada, teve de deixar, momentaneamente, o campo de batalha para retemperar-se junto a sua família. Foram poucos meses de intervalo e ANDRADE NEVES retornava ao palco de lutas, para atender a Pátria que reclamava seus serviços e para honrar os bordados de Brigadeiro Honorário do Exército Imperial.
Assumindo, inicialmente, o comando da 1º Brigada de Cavalaria, com a chegada de CAXIAS ao PARAGUAI foi-lhe dado o comando da 2º Divisão de Cavalaria, á frente da qual haveria de cobrir-se de glorias, como vanguardeiros do Exército Brasileiros nos pantanais inóspitos da pátria guarani.
Assim se referiu o Barão HOMEN DE MELO, em relação a ANDRADE NEVES: “Desde que começaram os primeiros reconhecimentos dos terrenos adjacentes á HUMAITA, as qualidades que ANDRADE NEVES desenvolvera sempre em frente do inimigo, apontaram para o serviço da vanguarda sendo ao mesmo tempo incumbido das mais arriscadas operações. Era ele dos mais aproveitados discípulos da grande escola militar, que reconhece admira como chefe o General OSORIO. Ninguém reunia em mais alto grau a intrepidez, a vigilância, a preocupação vivíssima de sua responsabilidade e um zelo estremecido pela honra do seu nome”.
Com a tomada da Vila PILAR, os paraguaios começavam a provar ponta aguda de sua lança inigualável e ANDRADE NEVES iniciava a fase mas heróica de sua vida, que lhe proporcionou o recebimento do titulo nobiliárquico de barão do triunfo, com um brasão que por si só, fala bem alto do passado glorioso do invicto cavalariano que recorda os seus feitos imortais e lhe perpetua a gloria.
Seguiram-se os combates de HUMAITA, Potreiro OVELHA e ESTABELECIMENTO, em todos eles sobressaindo a figura imponente do “Bravo dos Bravos”, como se referiu CAXIAS,ao relatar a atuação de ANDRADE NEVES.
A Guerra do PARAGUAI encaminhava-se inexoravelmente, para o seu final. As forças brasileiras já marchavam rumo a ASSUNÇÃO, a capital guarani. Como sempre, mais uma vez, as tropas comandadas pelo Brigadeiro ANDRADE NEVES compunham a vanguarda, abrindo o caminho para o Grosso Exército.
Seguem-se os combates do Rio JACARÉ, do Rio TIBIQUARI, do Passo do SURUBI-I beste último, onde ANDRADE NEVES, apesar de seus já 62 anos de idade e adoentado, praticou um ato de valentia pessoal digno de registro, ao abater a pontaço de lança de lança dos guerrilheiros paraguaios que se precipitavam sobre seu filho que era, também, seu ajudante de ordens.
Doente e Cansado, ANDRADE NEVES pode demissão do serviço. OSORIO apela pelo seu patriotismo para que permaneça lutando e o velho barão do triunfo continuou empunhando a sua invicta lança.
Findava-se o ano de 1868, não antes de novas batalhas: ANGOSTURA, AVAI e LOMAS VALENTINAS, onde ANDRADE NEVES é ferido vindo a febre obrigá-lo a deixar o comando de seus bravos.
LOMAS VALENTINAS caia em nosso poder. ANDRADE NEVES cobrira-se de glorias, na última carga! Fora de uma impavidez leonina diante do inimigo. Podia agora morrer, porque a conquista final, graças ao seu valoroso auxilio, estava muito próxima e já se podiam ouvir, na capital paraguaia, os primeiros acordes dos clarins anunciando a vitoria do BRASIL.
Um dia após a entrada triunfante das tropas aliadas em ASSUNÇAO, 06 de janeiro de 1869, não resistindo aos sofrimentos que os longos anos de guerra lhe impuseram, o coração do bravo centauro e grande cavalariano parava de bater para sempre, Porem, não antes de propiciar-lhe forças suficiente para levantar-se do seu leito, olhar vibrante,mãos convulsas agitadas no ar, como se estivesse á frente dos seus bravos soldados para comandar: “Mais uma carga, camaradas!”
Este é um relato, muito reduzido, do que foi e do que fez o Barão do Triunfo – Brigadeiro JOSE JOAQUIM DE ANDRADE NEVES que, a frente de esquadrões, regimentos, brigadas e divisões da cavalaria, foi invencíveis, escrevendo, aponta de lança, uma das mais belas trajetórias de um homem em armas.

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